10 dezembro 2008

Marcos Coelho Benjamim


A repetição de ritmos, de gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a sua produção. O artista serve-se de materiais usados e com superfícies ásperas e gastas, como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados, freqüentemente enquadrados em caixas de madeira.

Segundo Agnaldo Farias, Marcos Benjamim "(...) estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo”.

As obras de Marcos Benjamim parecem provocar no espectador a sensação de estar diante de um jogo. Madeira e metal como chapas e chapinhas recortadas, dobradas, justapostas ou apicoadas transformam-se em superfícies diversas, que seduzem o público. Como um fazedor de grandes e pequenas construções poéticas – que guardam “experiências da infância despreocupada” –, Benjamim parece ter o domínio da medida exata, demonstrando-se mestre de contenção minimalista.

Autodidata e expoente da arte brasileira contemporânea, suas obras são encontradas em coleções particulares e em museus e instituições no Brasil e no exterior - algumas mostras: XII Bienal Internacional de São Paulo; XX Bienal de São Paulo, (Grande Prêmio); XXI Bienal Internacional de São Paulo; Bienal Brasil Século XX (São Paulo); Begegung mit den Anderen (Alemanha); Johannesburg Bienale (África do Sul); 1a Bienal do Mercosul (Porto Alegre) - além de importantes exposições solo como: Galeria Anna Maria Niemeyer (Rio de Janeiro), Pulitzer Art Gallery (Holanda), Katthleem Shields Gallery e Ambrósio Gallery (EUA), Galeria Ruta Corrêa (Alemanha), entre outras tantas...

. Itaú Cultural
. Galeria Bauhaus